02/05/2002


E você surgiu, entre anéis de fumaça do meu próprio cigarro,
em devaneios da minha escrita, como se minhas palavras ganhassem vida,
me questionassem.

Se materializou do irreal, se condensou na fonética, me confundiu na semântica,
mas deixa pra lá, será?

Não sabe quem eu sou, é irreal. Não sabe quem és, mas faz parte da minha obra! Obra? Que obra?
Incompleta e sem nexo, apenas o ego. Mas essa não é minha obra, é minha vida. Mas é real? Surreal?
Ou apenas a que quero que você conheça? É minha vida diária, sem história passada. Pretensões de um futuro?
O tédio do hoje? E você faz parte dela, mas apenas quando ela já tiver passado. Tem um gosto de ontem, mas tem uma curiosidade
sobre o amanhã! E curiosamente te sinto aqui do meu lado. Mesmo sem saber que você é...

Pra ler ouvindo Perfect Strangers do Deep Purple (sim, isso mesmo).