13/02/2004

Eu te vejo, você me vê...

Faz tempo que não escrevo ruminações por aqui, então bóra ruminar. está rolando uma "briguinha" sobre como cada pessoa se vê, e como os outros as vêem.

Será que eu sou o único e o último dos esquizofrênicos que acredita que todos nos vemos a partir dos olhos de dentro? Que toda a imagem que refletimos no espelho é obliterada pela imagem que construimos dentro da nossa cabeça? E que as outras pessoas nunca vão nos enxergar como nós mesmos nos vemos?

Por gentileza, estrapolem um pouco este raciocínio além do vulgar. Não estou falando unicamente de aparência física, mas de um todo. Conhece casos de disfunções alimentares, como bulimía? Onde a pessoa está magérrima, mas mesmo assim vê-se obesa?

Tudo é passado de dentro pra fora, no caso de como nos enxergamos. Quando você está de bom humor, você se vê lindo. Quando está de mal humor, normalmente implicamos conosco. É aí que está a questão. Mesmo naquele dia onde nos achamos o mais horrível dos mortais, sempre pode aparecer alguém que nos achará lindo.

Porém eu tenho muito receio destes casos. Quando não estamos bem, nos achando um lixo, e uma pessoa enxerga o oposto, não está ocorrendo a empatia necessária pra um bom entendimento. A pessoa está vendo apenas a imagem do espelho, não o conteúdo. Isso lógico, aplicado a primeiros contatos. Nada mais gostoso do que achar aquela pessoa linda, em seus bons e maus momentos. Mas isso é algo que só se conquista, quando se parte na caminhada com o começo baseado na empatia.

Por isso eu sempre digo: Só se conhece alguém de verdade depois de acordar ao lado dela. Ver a remela nos olhos, o mau hálito, os cabelos desgrenhados, as olheiras ou o rosto inchado de dormir. E saber que se a pessoa estiver bem por estar ao nosso lado, o sorriso que ela por ventura der, mesmo que seja um espasmo dentro de um mau humor negro, será a coisa mais bela de se ver...

Linda, larga mão. Adoro te azucrinar. Se você não se valoriza, sempre apontando defeitos, im so sorry, eu ainda vejo as qualidades.