29/07/2002

Um post totalmente perdido, num domingo a noite, e fria, e sem moral da tropa!

Estava dando uma passadinha pelos blogs amigos, e me deparei , que é uma nova mania para mim, em um post sobre tango, avô e memórias. Sentimentos e saudades. E me descobri. Descobri algo que não via, algo que intimamente eu já sabia, mas sempre olhava pro lado, sem querer ver.

Meu mal, meu demônio interior é o fato de miha vida ser morna. Isso, morna, sem sal. As coisas acontecem, mas sempre são comedidas. Não que sejam coisas simples, mas não estão na minha dosagem correta!

Todos os meus porres foram mornos, sempre parei uma dose antes, mesmo quando me esvaia em vômito, jamais perdi minha conciência. Mesmo minhas trips com drogas, sempre foram "responsáveis", controladas. Meus relacionamentos, minhas amizades, meu trabalho. Tudo foi e é tremendamente morno. Jamais me soltei profundamente em alguma coisa. Jamais senti algo até o inconcebível. Por isso sempre me agarro a nesgas de sentimentos. Pulo desesperadamente em abismos de qualquer sentimento que possa me abalar, que seja quente ou gelado. Mas sempre pulo com paraquedas, guarda-chuva e uma blusa pra não pegar friagem. No fundo sempre me engano, tentando acreditar que agora é, agora vai! Sabendo que estou indo além, mas não consigo chorar por uma parente morto, ter saudades da infância. Choro lágrimas de crocodilo e olho tudo de fora.

Onde está o meu abismo? Onde está a minha chama? Onde está o meu gelo?