Carnal? Não, carnaval...
Antigamente, e nem tão mente assim, o carnaval era a época do ano onde os homens podiam se vestir de mulher sem constrangimentos e as mulheres, bem, as mulheres liberavam geral. Eram os 4 dias carnais. Sexo e viadagem correndo solto sob os auspícios da liberalidade da data.
A modernidade matou o carnaval. Hoje homens se vestem de mulheres a qualquer dia sem o menor constragimento. Aliás, eles preferem ser chamados de mulheres. bah, vá entender.
Quanto as mulheres propriamente ditas. Bem, estas não precisam mais de 4 dias pra liberar. Elas já liberaram e não conseguem mais aprisionar.
Neste ponto, o carnaval da minha adolescência morreu. Era carnaval de cidade do interior. Baile de clube com marchinhas antigas. Aquela roda no centro do salão, rodando em sentido anti-horário. Quando sobrio, rodava com a roda. Quando bêbado, tangenciava a mesma, com rompantes de mão boba naquela "noiva" mais ousada, ou aquela diabinha marota.
Paixões de carnaval... Subir até o alto da arquibancada (sim, o "salão" era o ginásio de esportes) acompanhado por uma colombina e se esbaldar de dar uns malhos. Dar uns malhos, bons tempos.
Hoje tudo mudou. Estamos no tempo do "bóra trepar". Reconheço, é um avanço gigantesco, principalmente pra mim que não tenho mais tanta paciência com danças de acasalamento.
Mas, sinceramente, muita coisa boa se perdeu em troca dessa "facilidade". Gostava da ingenuidade antiga. Talvez uma ingenuidade só minha, não sei. Mas desde então o carnaval perdeu o sentido. Literal e figurado. É só um grande chute de saco.
Mas apesar de tudo, já em Roma, como romano...
E César salve as conservas, que delas um dia necessitaremos!