22/02/2002

Acho que estou ficando velho. Ontem abrí mão de uma balada básica, pra ficar em casa, fazer uma janta, ouvir um pouco de música e ler. Onde está aquele velho fogo de baladas em cima de baladas? O piloto perguntou se eu ia vestir o pijama. Não parece mais magoa...

É estranha essa forma como as pessoas me enchergam. Sempre disponível e disposto para tudo. Senti que ele ficou meio chateado por eu não topar a saída. É engraçado, quando convido os outros e eles estão cansados, tem compromissos ou estão sem grana e não podem, tudo bem. Mas é inadimissível que eu passe por isso. Todo mundo estranha quando EU não posso. Acho que fui eu que construí essa imagem, logo não posso reclamar.

Estou sinceramente mais caseiro, mais afins de coisas calmas, filminhos, jantar com os amigos, ler...

Comecei a ler "A Legião Condor na Guerra Civil Espanhola" da série da Rennes. Pra quem nunca se interessou sobre a aviação da Segunda Guerra Mundial, recomendo sinceramente a leitura de alguns livros. Como a bibliografia é bem extensa, quem tiver interesse me escreva que mando algumas dicas. Você pode estar se perguntando : "Mas que catzo eu vou querer ler sobre essa assunto tão específico...". Eu respondo. Pode parecer uma nóia, coisa de maluco. Mas as histórias relacionadas com aviadores nesse período mostram uma faceta da alma humana extremamente interessante. Sou antes de tudo um humanista e adoro ver como o ser humano se comporta. Essa foi uma fase extremista da história da humanidade, e ver diversos sentimentos nascerem de um homem sobre pressão, sentimentos como humanidade, compaixão, cavalheirismo, uma dualidade forte de um homem ter que chegar a ponto de matar outro sem nenhum sentimento contrário a essa pessoa, as angustias que isso causa.

Existem diversas biografias de pilotos que são um prato cheio de conflitos internos humanos. Acho isso extremamente interessante, como a história de um piloto japonês (Saburo Sakai) que foi escalado para uma missão Kamikase (suicida) e narra exatamente todos os sentimentos que o assolaram, desde a escalação, a decolagem, o vôo, a impossibilidade da execução da missão, e decisão de não executá-la, a culpa por ter falhado. Uma aula de sentimentos.

Talvez depois de tudo isso que escreví, não pareça a você tão babaca este meu hobbie :-)

Será que alguém lê tudo isso que escrevo? Well, como diria o piloto, manda chamar a banda e tocar foda-se, pois foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo :-P

Se você não é um fantasma da minha imaginação e está lendo esse troço, comente e faça um coração feliz :-P

Moral da Tropa : Curiosa. Alguem me lê? De resto, como diria o mostro, "tudo sussa".