Um país medíocre prum povo pequeno!
Sim, o brasil é um país medíocre. Sim, o seu povo é pequeno. Não no sentido numérico do termo mas no sentido de pequenez mesmo. Pequenez de virtudes, pequenez de pensamentos, pequenez de planos e projetos.
Chega de gigante adormecido. Estamos mais pra gigante em coma profundo, em estado vegetativo permanente.
Antes que alguém fale, também faço parte deste povo, povo pequeno. Mas isso não me impede de fazer este pequeno ensaio sobre a falta de grandiosidade.
Hoje, ouvindo o rádio pela manhã, novamente me deparei com o termo "herança maldita", termo proferido aos brados por políticos da situação, sempre em relação a administração anterior. Foi assim com o digníssimo presidente Sarney em relação aos militares, com digníssimo príncipe Collor em relação ao Sarney, com o digníssimo imperador Fernando Henrique em relação ao par Collor + Itamar mais alguns respingos ao Sarney (eximindo é óbvio sua participação no governo Itamar) e agora, é assim com o digníssimo fantoche Luis Inácio da Silva, também alcunhado de "O bôbo da corte" por este que escreve estas linhas, desfiando desculpas e impropérios ao governo FHC.
Pois bem, em que sentido esses senhores podem alardear uma "herança maldita"? Algo feito de forma errônea pelos antecessores? Uma forma de justificar suas próprias falhas? Ou enaltecer seus pequenos ganhos?
Eu digo de que forma estes senhores alardeiam a tal "herança maldita"! Da forma errada. Na forma de desculpas tolas prum povo tôlo, falando mal do vizinho pra não enxergar sua própria casa.
Se formos rastrear a herança maldita do brasil (com minúsculas mesmo) iremos nos deparar com os caciques tupinambás, antes do descobrimento. Qualquer país em que exista um governo, será marcado por erros administrativos, afinal errar não é humano? Ser brasileiro não é ser humano? (humm, cabem trocadilhos, mas deixo pela imaginação de vocês).
O que falta ao brasileiro é altivez, é plano, são metas.
É impossível querer que qualquer brasileiro empossado e sacramentado líder da nação resolva os problemas da dita em quatro anos... Seis anos? bah. Nem em seis gerações.
A necessidade e o imediatismo que permeia a índole do brasileiro é risível e chorável. Somos como a criança que, sob a proposta de ganhar um doce e não comê-lo por 1 dia, ganhará 3 em troca; se comê-lo, fica apenas com o já degustado. Sim somos essa criança e comemos o nosso doce, lambemos o dedo e choramos por mais, mesmo sabendo das regras préviamente acordadas. E como no mundo de gente grande choro não enche barriga, vamos dormir com vontade e amanhã levantamos sorridentes e nem lembramos mais do incidente, felizes por nossa inocência e a fulgacidade da felicidade momentânea.
No dia que tivermos governantes que apresentem planos para 50 anos, delienados, fundamentados e concretos, sem reclamar do passado e focando um futuro...
No dia que tivermos sucessores destes mesmos governantes que não, apenas pelo prazer de ter a razão ou por birra, repito, não desfaçam estes planos, mas apenas os corrijam, os ajustem pela experiência dos anos passados, mantendo seu foco principal...
No dia que os governantes não queiram mais ser membros da história pelo sucesso meteórico de sua gestão (impossível), mas atentem para o fato de serem funcionários da nação e queiram contribuir com pouco e serem lembrados por terem colocado mais um tijolo sólido e não ter erguido um muro que desabará em 4 anos...
Neste dia passo a escrever Brasil com maiúscula, passo a ver o gigante espreguiçando, passo a acreditar que temos um grande povo e infelizmente, passo a acreditar em papai noel, porque não vislumbro a chegada deste dia. Afinal somos brasileiros, e não desistimos nunca!
Talvez meus bisnetos vejam, quem sabe.
Agora dá licença que vou comer o meu doce, antes que o leão coma 70% dele...
