A cozinha ao longo do tempo é marcada por dois vetores distintos. O que defende a cozinha regional, normalmente chama de culinária e que é caseira, substanciosa e simple. E o vetor que tende a glamourizar e refinar o ato de comer, este mais conhecido como gastronomia. É fato que a gastronimia não existe sem a culinária visto que a mesma simplesmente utiliza de técnicas mais rebuscadas e ingredientes mais selecionados para reproduzir, de forma refinada, o que a culinária lançou em tempos remotos.
Alguns exemplos para ilustrar são simples, como o Canárd Confit, ou pato confit, um dos expoentes maiores da gastronomia francesa. Pois bem, o ato de fazer um confit (cozimento longo em gordura) nada mais é do que uma técnica culinária para conservar a carne por meses sem refrigeração.
Outros exemplos de pratos alçados a expoentes gastronômicos como o coq au vin, o próprio fondue, que nada mais é do que o reaproveitamento de pão e queijos velhos.
Mas estou me alongando. Na realidade quero discutir as diferenças marcantes entre Bolo (culinária) e Torta (gastronomia).
Existem tortas clássicas, em sua maioria salgadas que remontam de suas origens culinárias. Porém diversas evoluções renderam pratos gastronômicos (se me permitem inventar o termo) inigualáveis, como as quiches francesas. Porém, me aterei às tortas doces para que a comparação seja válida.
Sou de um tempo e de uma classe social em que o bolo tinha papel central. Naquela época era crteza quando se chegava na casa de alguém no meio da tarde que sempre tivesse, para acompanhar um café, um bolinho. Simples, de fubá, de chocolate sem cobertura. Bolo sempre teve esse significado pra mim. Carinho, conforto, alegria. Ser bem vindo, um pequeno agrado de meio de tarde. Não contava mais o quanto ele era elaborado, quantas coberturas e recheios. Quantas vezes um bolo de fubá com erva doce e queijo, simples e seco, não teve um gosto melhor do que qualquer bolo de doceria.
Já as tortas, essas sim não tinham esse aspecto do dia a dia confortável. Tanto que bolo se bate e torta se faz. Fazer uma torta era algo cerimonial. A torta espelhada de maçã para aquele domingo de páscoa. O fazer e assar a massa, o creme do recheio, cortas as frutas, o espelho de gelatina, cobertura de chantilly. Torta definitivamente era algo especial e solene, aguardado por horas e horas.
O resumo dessa parafernália toda de texto é simples. Ambos, bolo e torta, moram no meu coração. São doces, reconfortantes, recompensadores, acolhedores, simples ou sofisticado, não importa, são presenças que fazem a vida ser um pouquinho melhor no seu dia a dia.
Sim, esse é o texto do amigo post secreto whatever inventado pela Gabs e pela Lips. Sinceramente não acho minimamente necessário dizer pra quem é este texto. :-P
Reunidos na mesma sala estavam as pessoas fundamentais nesta história. Sim, sim, exatamente como o clímax de um livro da Ágata. Suspeito, o detetive genial, as vítimas e o culpado.
O detetive (insira aqui um nome inglês) era a proeminência em termos dedutivos. O mestre da lógica. Dizia-se ser a amálgama entre Poirot e Holmes. Amálgama é pouco, talvez a evolução, a soma de suas qualidade elevada a enésima potência. Famoso e poderoso. E ainda sabia disso tudo, apesar de externamente manter um certo ar de humildade que não condizia em nada com o que levava por dentro.
O principal suspeito (insira aqui outro nome inglês) era um milionário, filantropo, playboy. Num pequeno e seleto grupo de privilegiados era alcunhado de "O Gato", alusão direta à gatuno, visto que era tido como o maior ladrão de alto nível do mundo. Nunca foi identificado, preso ou processado. Nem mesmo a menor prova havia sido levantada que apontasse à sua pessoa. Tudo o que existiam eram boatos e, cá entre nós, QUE boatos. Os roubos mais fantásticos, mirabolantes e surpreendentes que já se havia ouvido falar.
A primeira vítima (insira aqui mais um nome inglês) era o maior banqueiro da pequena ilha, protetorado britânico. Ele era o detentor do Olho Verde, esmeralda magnífica e sem igual. Detentor mas não proprietário, já que seu banco a havia tomado como garantia dos empréstimos da outra vítima, descrita a seguir. Empréstimo esse já quitado, o que o tornava apenas fiel depositário da gema, visto que a mesma foi roubada antes da devolução.
A segunda vítima (insira aqui um nome austríaco) era um milionário decadente, proprietário de empresas falimentares na pequena ilha. Havia se mudado para lá apenas porque teria um lugar mais apropriado para manter sua coleção de artes e jóias, visto ser um famoso colecionador. Tão famoso por colecionar quanto por ter torrado toda a antiga fortuna de sua família visto que o que tinha de bom gosto lhe faltava de capacidade empresarial. A sua "jóia da coroa", se o trocadilho é permitido, sempre foi o Olho Verde, sua verdadeira paixão e obcessão.
Depois de longo discurso, cheio de anti-clímaxes, parábolas, hipérboles, suspenses e lógicas o detetive prova sem a menor sombra de dúvidas que o gato era o responsável pelo roubo. Apesar de não ter mais a jóia em seu poder, dado as circunstâncias geniais do roubo o gato admite sua culpa e diz ter jogado a gema no vulcão central da ilha. Aplausos de todos os presentes (exceto o gato, por motivos óbvios) e o culpado é levado algemado à cadeia. O banqueiro meio que a contra-gosto, devolve o dinheiro do empréstimo ao colecionador, já que como fiel depositário e sem ter como devolver a gema é obrigado a devolver quantia equivalente. Apenas meio a contragosto visto que o seguro cobriria o prejuízo.
E neste ponto, próximo de um desfecho feliz, todas as regras são quebradas pela verdade. A começar pela regra da escrita que diz que um texto tem que ser fiel à pessoa. Não, não seria mais a terceira pessoa, meu ego me impede. Sou o colecionador. Vou subverter todas as regras, como subvertí os acontecimentos. Sem dúvida o gato roubou a gema do banqueiro. Eu arquitetei isto. Eu o manipulei o trazendo, sem que ele soubesse de mim, à ilha. Abrí o caminho para que seu plano de roubo desse certo, certifiquei-me de cada detalhe. E eu, no final, o roubei. Também fui responsável pelo detetive estar presente por ocasião do roubo e também responsável pelas pistas que ele descobriu. Pobre tolo. Toda essas história é a prova de que a manipulação dos egos é a manipulação das pessoas. O detetive jamais perderia este caso pois seu ego o motivava a prender o ladrão impossível. O ladrão inventaria a destruição do objeto do roubo e asumiria a culpa porque apenas ladrão perfeito conseguiria executar aquele plano e, apenas o ladrão perfeito não seria roubado. Eu por mim sou sim obsessivo. Preciso do Olho Verde, a razão da minha vida. Tinha que tê-lo de volta, à qualquer custo. Muitos perguntarão então porque eu simplesmente não paguei minha dívida e recuperei a jóia. Bem, posso ser ególatra e obsessivo. Porém, burro eu não sou. Vendí tudo o que tinha para pagar o empréstimo e, no final, de que me valheria um Olho Verde seu eu não tivesse coisas belas para ver?
O sábio mago chega pro andarilho em plena avenida paulista. Carrega em suas mãos um copo plástico, desses usados para água nos escritórios. 100ml. Dentro um líquido amarelado.
Diz:
"Este elixir concentra um poder incalculável. Neste pequeno recipiente temos apenas 100 ml do mesmo. Porém, mesmo essa pequena quantidade, se usada da forma correta lhe trará poderes sobrehumanos. Vendo-te por dé reáu!"
O andarilho pensa, pensa. Sabe que não pode ser golpe, afinal a palavra de um homem não tem preço. Interessado perrgunta quais poderes.
"Com apenas o conteúdo deste copo, usado da maneira adequada, você poderá correr por um kilômetro, mais rápido do que o mais rápido dos puro-sangues ingleses. Mais rápido até do que um guepardo."
"Com apenas este copo, além da velocidade, garanto-te carregar, por este mesmo kilômetro, mais de mil kilogramas de peso. Sendo que 90% deste peso de metal e o restante do que vc puder imaginar. Além de carregá-lo, mais rápido que um corcel, ainda não se cansará."
Sem titubear, o andarilho saca a manjada nota de dé reáu e, como um perfeito palerma, leva pra casa seu copo de gasolina, que custaria no máximo R$ 0,25